Na última quarta-feira (17/6), nós, jornalistas formados, sofremos nosso maior baque: o Supremo Tribunal Federal (STF) acabou com a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão por 8 votos a 1. Uma goleada que lembra os últimos placares aplicados pelo Internacional em decisões do certame gaúcho.
Enquanto escrevo este artigo, sinto-me como se tivessem me passado pra trás, tapeado sem dó nem piedade, apunhalado covardemente por oito ministros que nos tacharam de ridículos. Quer dizer então que os quatro anos em que cursei Jornalismo não serviram pra nada? O que dirão então os universitários em plena atividade? "Estou aqui à toa!"? Muito provavelmente... Isso sem contar a "motivação" que os vestibulandos terão a partir de agora ao optar pelo curso.
A formação superior é imprescindível para os jornalistas da atualidade. É na faculdade que o futuro profissional descobre seus potenciais, sua verdadeira identidade. Tudo bem: a prática não é tão explorada como o esperado, ficando sempre aquela sensação de que falta algo mais. Mas com as atividades, você, aos poucos, vai desvendando os macetes, adquire mais experiência, sentindo-se assim mais à vontade para realizar uma entrevista, exercitar a fala ou desenvolver e produzir uma reportagem. Atividades certamente desconhecidas por parte de um não-diplomado.
Quando escolhi o Jornalismo, meus pais foram contrários à minha opção por já conhecerem as mazelas da profissão, como o baixo salário, a forte concorrência no mercado e a elevada jornada de trabalho. Mas como sempre amei escrever e sou um adepto voraz à literatura, resolvi encarar.
Lamentavelmente, ficou uma incômoda sensação por parte de meus pais e de conhecidos, que volta e meia me fitam com aquele semblante de "eu te avisei!". Ainda mais agora, que o diploma virou mera peça decorativa. Encontro-me desempregado atualmente, e não é só comigo. Muitos ex-colegas de PUCRS também estão até hoje a ver navios, após quase dois anos de formatura (a minha ocorreu no primeiro semestre de 2007).
Hoje em dia, quando ouço alguém revelar que pensa em optar pelo Jornalismo, na hora meu balde de água fria entra em ação. Por mais que o curso seja importante pelos motivos já descritos acima, a emoção por minha parte é preterida pela voz da razão: não recomendo de jeito nenhum! A falta de mercado já é uma justificativa plausível.
E agora com o fim da obrigatoriedade do diploma, sigo tocando a vida... com meu polido nariz de palhaço! Se ainda tivesse o velho programa do Bozo, ia mandar meu currículo pra lá.
E aí, Marco! Recebi o e-mail indicando teu blog e resolvi dar uma olhada. Muito bom! Vejo que continuas inspirado... Tanto quanto na época da composição do memorável samba-enredo do Chaves! Hehehe...
ResponderExcluirMas mudando de assunto, também fiquei bem desmotivada ao saber dessa decisão sobre a obrigatoriedade do diploma. Simplesmente submestimaram todo o nosso longo aprendizado durante a faculdade! Uma beleza! O consolo é que ainda teremos alguma vantagem em relação aos concorrentes "leigos" por ter o tal papel de decoração, né! Pelo menos assim esperamos...
Abraço!
Mariana Assis Brasil
A maior parte dos jornalistas brasileiros não tem diploma de jornalismo. Roberto Marinho e Assis Chateaubriand eram formados em Direito. Francisco José e Wagner Montes idem. Marcelo Tas é formado em Engenharia e por aí vai. Quando eu quero saber de economia eu pergunto ao economista. Quando eu quero saber de esportes eu pergunto ao esportista. Quando eu leio uma crítica músical eu me pergunto se o crítico sabe tocar algum acorde. O indivíduo vai ter que estudar quatro anos para falar o que fez em 20 (vide Reinaldo, ex-Atlético e Seleção Brasileira)? Para falar coisas como: "Vocês ouviram música tal, de fulano de tal..." vai ter que estudar quatro anos? Quantos jornalistas formados têm nos sites Sambario e Portal Chaves? Aliás o blog que eu mais leio é de um cara que só fez um ano de publicidade, que até foi entrvistado pelo site anterior ao Portal Chaves.
ResponderExcluirFinalizando...
Não sou jornalista e nem pretendo ser!