segunda-feira, 29 de junho de 2009

Vuvuzelas - Retrato da Alegria de um Povo

O Brasil foi campeão da Copa das Confederações neste domingo. Mas o futebol ficou praticamente em segundo plano durante a competição. Felizmente por uma causa nobre!

É louvável presenciarmos a felicidade de um povo que até há duas décadas atrás era oprimido por um dos mais cruéis regimes impostos pela humanidade. O maldito apartheid, pela simples distinção de cor, causou infindos males e sofrimento que hoje são suprimidos não só pela emocionante festa e descontração de uma nação tomada por negros alegres e livres da segregação racial como também pela oportunidade de sediarem uma Copa do Mundo no próximo ano.

Tal felicidade foi sintetizada pelas vuvuzelas, as cornetinhas coloridas que tanto barulho aprontaram nas partidas da Copa das Confederações e que proporcionaram uma polêmica mundial. Teve gente que quis vetá-las oficialmente. Mas o pedido acabou inviabilizado pela intenção da Fifa em não interferir numa tradição nativa. Bom senso detected!

Ora, se na maioria dos países há violência nos estádios, abreviando assim o conforto das famílias que apenas têm a intenção de assistir a uma partida de futebol, então qual é a moral da tentativa de impedimento do mero ato de uma população - que tantos dissabores sofrera em virtude do tenebroso regime - de extravasar sua alegria e seu alívio?

Já conto os dias para 2010 chegar e poder ouvir as vuvuzelas novamente! Avante, África do Sul!!!! BAFANA, BAFANA!!!!

sábado, 27 de junho de 2009

Ainda sobre Michael: uma Aula de Jornalismo

Na última quinta-feira, quando o site especializado em celebridades TMZ publicou no fim da tarde (horário de Brasília) uma nota anunciando a morte do Rei do Pop, na hora veio a lembrança de algo ocorrido um mês antes, quando um hacker invadiu a home do site O Fuxico e comunicou o falecimento de Silvio Santos.

Presenciei a página no momento da invasão pirata e percebi no ato que era mentira, em função da matéria estar completamente mal escrita, sem a formatação adequada e, principalmente, por não conter qualquer tipo de informação, tampouco responder às sagradas questões "o quê?", "quem?", "quando?", "como?", "quando" e "por quê?".

Sem contar que a manchete estava redigida desta maneira: "SILVIO SANTOS MORRE". Ora, geralmente no Jornalismo não costuma se utilizar o sujeito abrindo a frase numa manchete tão objetiva. Nesse caso, é recomendável o verbo antes do sujeito.

Como reflexo da velocidade da Internet, o rumor do estado de saúde de Michael espalhou-se num piscar de olhos em todo o mundo. Porém, a notícia foi recebida de forma não-oficial pelos veículos, que corretamente anunciavam o ocorrido, mas com o complemento sempre importante de que a informação era oriunda de uma determinada fonte. Exemplo: "Michael Jackson está em coma, segundo site".

Como a apuração sempre é imprescindível e não havia no momento como realizá-la, tal complemento é sempre fundamental para se informar com responsabilidade algo não-oficial, notas que acenam para a possibilidade de boato ou "barriga" (jargão usado para notícia não-verdadeira), sob pena de perda de credibilidade. Afinal, com o advento da Internet, o número de informações falsas difundadas mundão afora é infinito...

Desliguei a Internet e fui acompanhar a cobertura dos canais de notícias Globo News, Record News e Band News, que mostraram passo a passo desde as primeiras informações sobre a internação do popstar (naquela oportunidade ainda muito vagas) até a confirmação de sua morte. Assim como as emissoras norte-americanas, seus jornalistas tratavam do assunto de maneira não-oficial. O objetivo maior era aguardar pelo comunicado oficial do hospital onde Michael fora internado, além de creditar os veículos responsáveis por novas informações.

Inclusive, alguns GCs de emissoras diziam que Michael Jackson estava internado em coma. As que informavam a morte do cantor revelavam como fonte o jornal Los Angeles Times, o segundo veículo a divulgar o falecimento de Michael. Na ocasião, as exibições de imagens de arquivo do cantor em ação por parte das emissoras ainda eram tímidas, em função do risco de todo aquele alvoroço - mesmo com tantas evidências - não passar de mais uma invenção da imprensa marrom. É como eu sempre digo: seguro morreu de velho!

Aos poucos, CNN, ABC, NBC, The New York Times, entre outras, começavam a confirmar o fim da trajetória cinquentenária de um dos maiores astros que o showbiz já presenciou. Mesmo assim, mais do que nunca aquele "pé atrás" era fundamental, pois vai que realmente se tratava de mais um dos tantos boatos que cercaram a vida do eterno Rei do Pop. Por isso, os GCs ainda creditavam o LA Times como responsável pela notícia ou ainda mantinham a dita "internação em coma", mesmo com praticamente todas as redações dando como certa sua morte.

Enfim, veio o anúncio oficial. Momento que pode ser sintetizado por William Bonner no Jornal Nacional da última quinta (a apresentação do JN estava em andamento na ocasião do pronunciamento): "CONFIRMADO: MICHAEL JACKSON ESTÁ MORTO!".

Já que os não-diplomados estão em evidência em virtude do maldito STF, taí uma legítima aula de Jornalismo proporcionada pelo triste acontecimento que até agora mantém o mundo estupefato (de minha parte, a ficha ainda vai demorar a cair). Uma aula que pôde ser perfeitamente presenciada por não-universitários, que se por acaso vierem a disputar um emprego com pessoas de formação superior, pelo menos têm que memorizar essas lições que a cobertura da morte de Michael ensinou.

Quando não der para checar se algo é ou não real, enquanto não surgir um pronunciamento oficial por parte da instituição envolvida, não saia por aí divulgando notícias como verdadeiras, baseadas apenas em informações de terceiros. E como tivemos terceiros - e até quartos e quintos - neste caso...

A homenagem do mestre Maurício de Sousa

O criador da Turma da Mônica divulgou em seu Orkut o roteiro na íntegra de uma grande homenagem a Michael Jackson.

O roteirista Paulo Back criou uma aventura de 10 páginas que enfoca a expectativa da turma do fantasminha Penadinho pela chegada do popstar. Inclusive é feita uma citação a uma antológica historinha publicada em 1997, onde o Rei do Pop filma um clipe no cemitério dançando com Penadinho e seus amigos, resultando numa sequência impagável.

Mas a turma do cemitério se frustra, já que a Dona Morte aparece no local sem o ilustre novato. Como Penadinho e seus companheiros habitam o purgatório, Dona Morte afirma que "ele (Michael Jackson) foi direto pra lá", se referindo ao céu, onde, no último quadrinho (reproduzido à esquerda), nosso Rei do Pop desponta em cima de uma nuvem, ensinando seus passos de dança à turma do Anjinho.

Simplesmente magistral! Mais emocionante, impossível! Pra quem quiser conferir a historinha completa (ainda sem cores e arte final), eis o link. Segundo Maurício, a homenagem será publicada na edição de setembro da revistinha da Mônica.

CRÉDITOS DA IMAGEM: Paulo Back - divulgada no Orkut de Maurício de Sousa.

A propósito de Michael Jackson...

O jornal carioca Meia Hora, destinado às classes C, D e E, caprichou no mau gosto no subtítulo da manchete de capa referente à morte de Michael Jackson:

"NASCEU NEGRO, FICOU BRANCO E VAI VIRAR CINZA"

Pior é que o autor do desaforo - provavelmente um jornalista diplomado - estará municiando aqueles que apoiaram a decisão do STF que determinou o fim da obrigatoriedade da formação superior no Jornalismo. Pior que existem defensores desta afronta contra nós da classe...

Resumindo: uma tremenda falta de respeito com o Rei do Pop, com seus milhões de seguidores e, acima de tudo, com um ser humano.

Se a intenção era fazer graça: eu não ri! E duvido que alguém o tenha feito...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Força, meus entes gabrielenses!

Pra quem pensava que o estardalhaço da mídia com relação à Gripe A H1N1 era pretexto para vender jornal e que o assunto já estava esquecido, ledo engano!

Aqui no Rio Grande do Sul, a ameaça é real. E o que é pior: está assustando nossos irmãos gabrielenses. Toda a família de meu pai é natural de São Gabriel e temos familiares queridos residindo na pacata cidade a 400km de Porto Alegre e com 60 mil habitantes. Tanto que os visitamos anualmente.

Conversando por telefone com minhas tias de São Gabriel, recebi a confirmação de que a cidade realmente está em estado de choque, completamente parada, sem aulas (dois priminhos meus ganharam uma folga forçada), eventos e até missas, com a população inteira recorrendo às máscaras (antes corriqueiras apenas no México, foco da gripe). Estas estariam sendo distribuídas gratuitamente na maior indústria de São Gabriel, o Arroz Urbano. Uma das pessoas suspeitas de estarem infectadas é a filha do prefeito Rossano Gonçalves.

A coincidência não para por aí. Aqui em Porto Alegre, o Colégio Farroupilha suspendeu suas atividades até a próxima semana, pois um aluno contraiu a gripe suína após retornar de um intercâmbio na Alemanha. E nessa mesma escola estudam outras duas priminhas minhas, que também ganharam uma inesperada semana de folga em virtude da precaução. Inclusive, uma delas chegou a ser colega de classe do menino infectado.

Toda a luz para os infectados da gripe A, fé em Deus que tudo dará certo! E que seja apenas uma carregada nuvem passageira assolando São Gabriel. Esperamos que este suplício se encerre o quanto antes, pois quero visitar nossos irmãos gabrielenses ainda este ano.

FOTO: Fernando Gomes (Zero Hora).

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Alguém se lembra do "De Vaca"?

Ricardo Gomes estava sumido por um tempo da mídia esportiva brasileira até o sábado passado, quando o São Paulo o confirmou como o substituto de Muricy Ramalho.

Seu currículo como técnico ainda é modesto, embora tenha treinado a Seleção Sub-23 no Pré-Olímpico classificatório para os Jogos de Atenas em 2004.

A propósito, o fato do Brasil ter ficado de fora daquela Olímpiada reforça ainda mais sua qualificação modesta como treinador. Os dissabores de nossa seleção não costumam ser muito lembrados pela imprensa e por torcedores, constando que aquele time possuía jogadores que fazem parte do atual elenco de Dunga como Gomes, Maicon, Elano, Robinho e Nilmar (este último, pasmem, disputava posição na época com o "cone" Marcel, de duas passagens fracassadas pelo Grêmio).

Porém, eu nunca me esqueci que o Brasil perdeu a vaga no torneio de futebol dos Jogos Olímpicos de Atenas após ser derrotado pelo Paraguai... com um gol de cabeça do zagueiro José De Vaca.

Como mantenho esta memória tão fresquinha com um acontecimento triste do nosso futebol ocorrido há cinco anos atrás? Simples: durante o saudoso "Esporte Total" comandado pelo polêmico Jorge Kajuru na TV Bandeirantes (foi disparada a melhor fase da história do programa), o GC (Gerenciador de Caracteres) não perdeu o "timing" do trocadilho e largou essa:

"DE VACA" MANDA O BRASIL PRO BREJO

Inesquecível! E não querendo desanimar o torcedor são-paulino, mas este é o atual legado de Ricardo Gomes como técnico. Felizmente, o ex-zagueiro do Fluminense e da Seleção Brasileira contará com toda a estrutura para calar os críticos que ousarem tocar no assunto "eliminação em Atenas". Mas terá muito trabalho pela frente em virtude da péssima fase que assola os arredores do Morumbi.

Ainda sobre Silvio Santos...

No último domingo (21/6), passava no SBT a reprise de um "Roda a Roda Jequiti" de outubro do ano passado na hora do almoço. Os programas comandados pelo Titio da Caixinha não costumam ter tantas inovações, sendo sempre previsíveis. A não ser por um detalhe visto na edição de ontem do antigo "Roletrando".

De forma comovente, observamos um participante analfabeto sofrendo com o simplório joguinho de forca que marca o programa. Mesmo apanhando das letras, sempre se mantinha sorridente, de maneira ao alto astral e à descontração prevalecerem no seu espírito.

Durante uma das rodadas, o participante, entre um sorriso e outro, arriscou a letra "RÊ". A plateia ficou perplexa. Enquanto se ouviam gargalhadas por parte de suas colegas de auditório, Silvio Santos, rapidamente, se deu conta que o homem se referia à letra "R".

Faltando apenas duas letras para formar a palavra, dava pra perceber que se tratava do vocábulo "contador". Porém, diante das dificuldades quanto à leitura, o participante arriscou, completamente sem jeito, "operário". Acabou perdendo, é claro! Mas sem tirar o sorriso do rosto.

Ele ganhou R$ 1.300 no programa. Mas seu espírito esportivo e seu sorriso contagiante valeram mais do que qualquer dinheiro. Nada como a felicidade e o bom humor para suplantar quaisquer limitações!

Como ficará "O Aprendiz" agora?

O telespectador do melhor reality-show da TV brasileira e único programa de qualidade da TV Record se acostumou com a cena ao lado: o famoso "você tá demitido(a)" de Roberto Justus.

Pois na semana passada a bomba foi confirmada: o "apresentador das demissões" fechou contrato com o SBT.

É evidente que foi uma retaliação do "Cenoura" Abravanel (também conhecido como Peru que Fala ou Titio da Caixinha... além de ser chamado de vez em quando de Silvio Santos) à investida da emissora do bispo a Gugu Liberato, que recebeu a polpuda proposta de R$ 3 milhões mensais para trabalhar na TV que ainda almeja a utopia de tomar a liderança global.

Além de Justus, o SBT também tirou Eliana da Record. A apresentadora, que iniciou a carreira na própria emissora do Titio da Caixinha (obrigado!), volta ao SBT depois de 11 anos. É difícil alguém com mais de 20 anos não se recordar de Eliana cantando "Os Dedinhos" no matinal "Bom Dia & Cia.", até hoje no ar.

Mas voltando a falar de Roberto Justus, quem acompanha o programa "O Aprendiz" incessantemente (como eu) deve estar com a pulga atrás da orelha com relação ao futuro do reality-show. Como os direitos pertencem à Record, certamente um novo apresentador será procurado. A questão já está lançada: como será "O Aprendiz" conduzido por uma outra pessoa que não seja Roberto Justus? Já que, nessas seis edições do reality-show, ficamos tão acostumados com seus ensinamentos e inteligência atrelados a seu nariz empinado e uma hilária arrogância transparente em muitas ocasiões.

Difícil imaginar outra pessoa bradando a frase "Você tá demitido!". Mas espero que não deixem esta incumbência a partir de "O Aprendiz 7" com um dos mutantes da Record ou os pastores que chutam a imagem da Santa em rede nacional ou até mesmo com o eterno fazendeiro Théo Becker...

Ainda sobre a não-obrigatoriedade do diploma pra jornalista...

Há um consolo que pode compensar por completo esta afronta a nosso ofício proporcionado pelo STF na semana passada.

Nas empresas de hoje em dia, vamos supor que apareçam dois candidatos a uma vaga para trabalhar em um jornal. Um é diplomado e outro não.

Quem vocês acham que ganhará o emprego?

Na prática, felizmente, o bom senso continuará prevalecendo. Mesmo se o STF e seus pensamentos jurássicos (tal qual a Igreja Católica) atingirem também as demais áreas com relação à exigência do diploma.

EUA x Egito - Alguém assistiu?

Brasil e Itália disputavam, pela Copa das Confederações, um dos maiores clássicos do futebol mundial exatamente 39 anos depois da histórica decisão da Copa de 1970. Evidente que uma partida desta centraliza todas as atenções do torcedor!

Por isso, chamo a atenção para a transmissão da partida entre Estados Unidos e Egito, válida pelo mesmo grupo do Brasil e realizada no mesmo horário do clássico. Pergunta: qual viva alma trocaria um Brasil x Itália, que reúne nove títulos mundiais, por um obscuro e desinteressante Estados Unidos x Egito?

Que o digam o narrador Eduardo Moreno, o comentarista Felipe Awí e o convidado especial Heron Ricardo Ferreira (ex-técnico do Juventude nos anos 90 e que trabalhou no futebol egípcio), encarregados da (sacrificante) transmissão de EGI x EUA pelo SPORTV.

Djalma Beltrami = Confusão

Quem assistiu aos instantes finais de Santos x Atlético-MG, que fechou a 7ª rodada do Brasileirão, ficou estupefato com o que viu... porém, bastou puxar um pouco pela memória para a sensação de surpresa reduzir-se gradativamente.

Djalma Beltrami, após prometer quatro minutos de acréscimo na partida disputada na Vila Belmiro, encerrou o jogo aos 47 do segundo tempo, deixando de dar os dois minutos restantes. O placar era de 3 a 2 para o Galo. Alertado pelos jogadores santistas e pelo técnico Vágner Mancini (que invadira o campo), Djalma se deu conta do erro e resolveu recomeçar a partida. Para isso, foi necessário afastar alguns jornalistas e fotógrafos que já haviam invadido o gramado... e chamar de volta alguns jogadores do Atlético, que já se encontravam no vestiário.

Após o reinício do jogo, falta a favor do Santos pelo lado direito. 50 minutos da segunda etapa. A bola é alçada na grande área. Molina se projeta entre a zaga atleticana e confere de cabeça, empatando a partida. Mas eis que Djalma Beltrami novamente centraliza as atenções e anula o gol, alegando "falta de ataque". Acontece que não deu pra ver absolutamente nada de irregularidade no lance, nem impedimento, nem toque de mão e tampouco falta. Resultado: foi mantido o placar de 3 a 2 para o Atlético.

Djalma Beltrami possui um invejável currículo de trapalhadas na arbitragem:

- Pelas oitavas-de-final da Copa do Brasil 2005, Paulista e Internacional decidem a vaga para a próxima fase nos pênaltis. Perdigão é o último jogador colorado a cobrar. Após o chute, a bola bate no travessão, quica dentro do gol e volta para a pequena área. O replay do lance confirma nitidamente o gol. Porém, nem Beltrami e tampouco o auxiliar percebem que a bola entrou, consideram o lance como pênalti perdido e decretam a classificação do Paulista para as quartas-de-final da competição, da qual o time de Jundiaí se tornaria campeã. Detalhe: o técnico do Paulista também era Vágner Mancini.

- Beltrami foi o árbitro da célebre "Batalha dos Aflitos", como ficou conhecida a dramática decisão entre Náutico x Grêmio na Série B em 2005. O juiz marca um pênalti duvidoso a favor do Náutico, alegando que a bola batera no braço do volante gremista Nunes (o braço estava colado ao corpo, não caracterizando a penalidade). Os jogadores do time gaúcho protestam por longos 20 minutos, mas Beltrame permanece irredutível e ainda expulsa quatro jogadores do Grêmio. O pênalti é enfim autorizado, e o lateral Ademar desperdiça, com Galatto praticando a defesa. No lance seguinte, o Grêmio, com apenas seis jogadores na linha, marca o gol da vitória através de Anderson, hoje no Manchester United, e o tricolor gaúcho retorna à elite do futebol brasileiro.

- Última rodada do Brasileirão 2007. O Goiás joga sua permanência na Série A contra o Internacional. A partida está 1 a 1. No início do segundo tempo, Beltrami marca um pênalti para a equipe goiana. Paulo Baier cobra duas vezes e o goleiro colorado Clemer pratica a defesa em ambas. Porém, o polêmico árbitro manda voltar as duas cobranças, alegando que Clemer se adiantara. O meia Elson assume a responsabilidade e, no terceiro pênalti, marca o gol que garante a permanência do Goiás na Primeira Divisão (e decreta o rebaixamento do Corinthians, que ficara no empate de 1 a 1 com o Grêmio).

Armando Marques, José de Assis Aragão e Wilson Souza de Mendonça, pelo jeito, continuam fazendo escola...

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Sinto-me lesado!

Na última quarta-feira (17/6), nós, jornalistas formados, sofremos nosso maior baque: o Supremo Tribunal Federal (STF) acabou com a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão por 8 votos a 1. Uma goleada que lembra os últimos placares aplicados pelo Internacional em decisões do certame gaúcho.

Enquanto escrevo este artigo, sinto-me como se tivessem me passado pra trás, tapeado sem dó nem piedade, apunhalado covardemente por oito ministros que nos tacharam de ridículos. Quer dizer então que os quatro anos em que cursei Jornalismo não serviram pra nada? O que dirão então os universitários em plena atividade? "Estou aqui à toa!"? Muito provavelmente... Isso sem contar a "motivação" que os vestibulandos terão a partir de agora ao optar pelo curso.

A formação superior é imprescindível para os jornalistas da atualidade. É na faculdade que o futuro profissional descobre seus potenciais, sua verdadeira identidade. Tudo bem: a prática não é tão explorada como o esperado, ficando sempre aquela sensação de que falta algo mais. Mas com as atividades, você, aos poucos, vai desvendando os macetes, adquire mais experiência, sentindo-se assim mais à vontade para realizar uma entrevista, exercitar a fala ou desenvolver e produzir uma reportagem. Atividades certamente desconhecidas por parte de um não-diplomado.

Quando escolhi o Jornalismo, meus pais foram contrários à minha opção por já conhecerem as mazelas da profissão, como o baixo salário, a forte concorrência no mercado e a elevada jornada de trabalho. Mas como sempre amei escrever e sou um adepto voraz à literatura, resolvi encarar.

Lamentavelmente, ficou uma incômoda sensação por parte de meus pais e de conhecidos, que volta e meia me fitam com aquele semblante de "eu te avisei!". Ainda mais agora, que o diploma virou mera peça decorativa. Encontro-me desempregado atualmente, e não é só comigo. Muitos ex-colegas de PUCRS também estão até hoje a ver navios, após quase dois anos de formatura (a minha ocorreu no primeiro semestre de 2007).

Hoje em dia, quando ouço alguém revelar que pensa em optar pelo Jornalismo, na hora meu balde de água fria entra em ação. Por mais que o curso seja importante pelos motivos já descritos acima, a emoção por minha parte é preterida pela voz da razão: não recomendo de jeito nenhum! A falta de mercado já é uma justificativa plausível.

E agora com o fim da obrigatoriedade do diploma, sigo tocando a vida... com meu polido nariz de palhaço! Se ainda tivesse o velho programa do Bozo, ia mandar meu currículo pra lá.

Rivalidade Grenal: há uma década atrás...

Na postagem de estreia deste novo espaço comunicativo, "O Marco dos Blogs", chamo a atenção para a tradicional gangorra que envolve a dupla Grenal, determinante sobre as fases com que cada equipe se encontra, cujo dono do lado mais elevado no metafórico brinquedo pode mudar de uma partida para outra. Mas a gangorra, nesse caso, não se refere a resultados de jogos e sim ao número de torcedores.

Assistindo à edição regionalizada do "Globo Esporte" aqui em Porto Alegre, exibida no intervalo de Brasil 3x0 Estados Unidos pela Copa das Confederações, me deparei com uma matéria realizada em uma escola da capital gaúcha, onde foram repercutidos entre a criançada os resultados das partidas que envolveram Inter e Grêmio nesta última quarta-feira.

A professora então pergunta a seus alunos: "quem é colorado?" e "quem é gremista?". Resultado: o número de braços levantados pra cada lado é exatamente igual. Ou seja, a classe está perfeitamente dividida entre tricolores e vermelhos.

Naquele momento, me lembrei de meus tempos de estudante, há pouco mais de 10 anos atrás. Minha turma possuía em torno de 30 a 40 alunos. POIS NÃO É QUE EU ERA O ÚNICO COLORADO DA CLASSE????

Até hoje aquele ano de 1997 está marcado em minha memória. Época em que o Internacional voltava a conseguir bons resultados, após dois anos consagradores do seu maior rival. Tanto no título gaúcho ganho contra o Grêmio quanto na goleada de 5 a 2 em pleno Olímpico, saboreei os triunfos solitariamente, tal como um estranho no ninho, em contrapartida ao exército de gremistas de cabeça quente que, calados, me aturavam.

Então, uma década se passou... O Inter ganhou a América... o Mundo... sagrou-se Campeão de Tudo! E trouxe consigo boa parte da geração seguinte que surgiria na primeira década da dita Era de Aquárius. Daí o total equilíbrio na gangorra Grenal entre os torcedores, como visto na reportagem veiculada na manhã desta quinta-feira.

Hoje, eu teria mais gente com quem festejar as vitórias coloradas!