quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Quando a gente pensa que já viu tudo...

Eis que o caipira e matuto Chico Bento, um dos mais puros personagens que o mundo já conheceu, perdeu as estribeiras... Algum engraçadinho manipulou uma fala do menino em uma tirinha e, em mais um fenômeno daqueles que ninguém consegue explicar, exatamente esta versão apareceu em uma cartilha escolar na Bahia. O que causou a demissão do Secretário Estadual de Educação de lá.

A situação é tão inusitada que eu, pelo menos, não consigo segurar as risadas a cada vez que me deparo com o momento inacreditável reproduzido acima. Quem poderia imaginar Chico Bento mandando alguém enfiar algo naquele lugar?

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Acompanhem-me no Twitter

Quem quiser seguir este blogueiro quem vos fala vai lá no Twitter e sigam-me os bons... Aos poucos vou aprendendo os macetes daquilo.

http://twitter.com/marcoandrews

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Guiñazu, uma palavrinha Guiñazu!!!!

Pablo Horácio Guiñazu, o "El Cholo" (como é conhecido na Argentina), é ídolo de 10 entre 10 colorados (dentre os quais, este quem vos tecla) pela raça e disposição mostrada em campo. Só o Maradona que não o enxerga, para a nossa sorte...

E além de sempre dar show com a bola no pé, o volante argentino inspira um dos momentos em que mais me divirto atualmente na televisão. É quando a galera do humorístico "Pisando na Bola", do SPORTV, resolve pegar no pé do jogador do Internacional.

Tavares, um dos humoristas do programa, coloca uma máscara de monstro para se "assemelhar" ao craque. Quando outro integrante do "Pisando", Alexandre Araújo, resolve tentar entrevistá-lo, eis que o falso Guiñazu sai em disparada, enquanto Araújo corre atrás, gritando:

- Guiñazu, volta aqui Guiñazu!
- Guiñazu, uma palavrinha Guiñazu!

Caia na gargalhada no vídeo abaixo:

sábado, 18 de julho de 2009

"Só se eu der com a marreta na cabeça dele"

Ainda no embalo dos 15 anos do Tetra, nada como se lembrar do cômico desentendimento de Galvão Bueno com o Rei Pelé logo após o fim de Brasil 1x1 Suécia, em jogo válido pela primeira fase da Copa de 94. A bronca vazou nas parabólicas e foi eternizada.

Não é à toa que Galvão, após o pênalti desperdiçado por Roberto Baggio, grita "Acabou, é Tetra" estrangulando Pelé, lhe dando uma gravata. Era a vingança em plena euforia.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

O dia em que bebi água com açúcar

Hoje, 17 de julho, estamos celebrando 15 anos da conquista do Tetra. Um título que sepultou a chamada síndrome de vira-latas (by Nelson Rodrigues) que ameaçava regressar em razão dos 24 anos em que ficamos sem ganhar uma Copa do Mundo.

Tinha 10 anos na época, mas me lembro de tudo perfeitamente. O ceticismo reinava entre os brasileiros. Ninguém levava fé naquela seleção que suou para se classificar nas Eliminatórias (se não fosse aquela atuação endiabrada do Baixinho naqueles 2x0 sobre o Uruguai...), cujo técnico era fortemente execrado pela mídia e torcedores (cansei de ver campanhas da imprensa pedindo a volta de Telê Santana, então no auge no São Paulo). Eu era um dos pessimistas!

Acompanhei jogo a jogo da Copa de 94, comprava tudo referente à competição, como revistas, jornais, figurinhas, bandeiras... sem contar minha coleção de tabelas dos jogos. Saudades daquelas tabelinhas da Caixa, que vinham com as bandeirinhas dos países para colarmos nos confrontos a partir das oitavas-de-final até a decisão. Marcante também foi a comoção pelo assassinato do zagueiro colombiano Andrés Escobar, após este anotar um gol contra que desclassificou sua seleção, apontada como uma das favoritas ao título, na primeira fase.

Lembro da semifinal contra a Suécia. A partida ocorreu à noite, pelo horário de Brasília. Os escandinavos fizeram uma senhora retranca, com direito a pulinhos saltitantes do irreverente (e ótimo) goleiro Ravelli na linha de fundo e a Globo soltando uma vinheta de gol num chute do Mazinho em que a bola bateu na rede pelo lado de fora, após o zagueiro tirar em cima da linha a conclusão de Romário.

Após o gol da vitória, marcado de cabeça pelo Baixinho, não hesitei e saí pra rua para festejar a nossa primeira final de Copa desde 1970. Era por volta de onze da noite. Tinha só 10 anos de idade. Minha mãe ficou apavorada...

No dia da decisão, meu pai era o mais nervoso. O reflexo disso tudo é que ele sempre alega torcer contra a Seleção (até hoje ele é assim, ainda mais com todos os jogadores hoje atuando na Europa). Naquele 17 de julho de 1994 não foi diferente. Evitando querer assistir à final contra a Itália, ele não parava quieto, sempre se distanciava da TV e, do lado de fora da casa, bradava que o Brasil ia perder. Numa partida tensa como aquela, suas afirmações soavam como uma cruel tortura psicológica. Na verdade, tudo era fruto de seu profundo nervosismo.

Lá pela metade da prorrogação, logo após o gol perdido por Romário na pequena área, minha tensão chegou ao limite. Então, cheguei pra minha mãe e pedi a ela uma água com açúcar.

Nunca havia tomado. E tampouco voltaria a bebê-la depois daquele dia. Porém, como sempre dizem que água com açúcar serve para acalmar os nervos... Minha mãe preparou a água pra mim em plena prorrogação e a bebi, sem saborear. Afinal, aquilo tem um gosto esquisito! E nem surtiu muito efeito...

Hora dos pênaltis! Nem preciso dizer o sofrimento que foi, né?

E enquanto isso, meu pai continua escondido. Volta e meia, ele aparecia do nada. Vendo que a partida não saía do 0 a 0, novamente se retirava.

Após Roberto Baggio mandar a bola para as nuvens, o desafogo foi geral. O grito preso à garganta enfim se libertara. Galvão Bueno esguelava Pelé enquanto gritava "Acabou, é tetra!". No SBT, a figura do boneco Amarelinho (D) radiante reinava (lembram-se do Amarelinho? Marcou minha infância). O não tão vistoso futebol pragmático de Carlos Alberto Parreira, em preterição ao futebol-arte, enfim rendia frutos!

E a minha maior lembrança do Tetracampeonato não responde pelos gols de Romário, nem pelos palavrões de Dunga enquanto este erguia a taça: trata-se do sumiço de meu pai após a confirmação do título. Mas ele não estava longe. Apenas situado na frente de casa, no meio da avenida em pleno trânsito, gritando, comemorando e se rolando no asfalto, tal qual um doido varrido.

15 anos... Caramba, parece que foi ontem!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Xô, zica!!!!

Primeiro este blogueiro que vos fala cravou no Palpitão o Inter como campeão da Copa do Brasil. Teve de aturar festa corintiana em pleno Gigante.

Agora, após confiar no tri cruzeirense, eis que o Estudiantes silencia o Mineirão...

Com a vassoura em forma de batuta de "La Brujita" Verón, são os argentinos de La Plata quem vão pra Dubai desafiar o poderoso Barça. Dizem que, por serem "estudiantes", pagarão meia passagem...

Que não comecem a me tachar de Pelé dos palpites, já que sabemos que, disso, o Rei do Futebol não manja nada. Entende?

domingo, 12 de julho de 2009

Num ônibus porto-alegrense... (crônica)

Tanta gente reunida num curto espaço, sentada ou espremida em pé, cada qual com seus problemas. Não contando o atraso iminente, o olho no relógio... A maioria não pronuncia nenhuma palavra, mantendo o semblante fechado. Há quem leia o jornal para passar o tempo. Tem aqueles que procuram dar uma última revisada no polígrafo de universidade, a poucos minutos do professor aplicar a prova. Ou simplesmente se desligam dos acontecimentos, com MP3 players a postos, sintonizados em uma rádio FM ou executando uma das músicas selecionadas nos respectivos playlists. É o ambiente diário no interior de um ônibus da linha T1 Direta.

Nesse marasmo rotineiro, é possível ouvir o toque de um telefone celular. E a dona do aparelho, sortuda por estar relaxada no assento ao contrário dos que permanecem em pé se apoiando nos ferros prateados, o atende, enquanto observa um poema bastante sugestivo colado no vidro da janela.

Um erro na janela do ônibus
É um erro passageiro

Quando alguém atende o celular no veículo, o monólogo parece ser universal:

- Alô! Eu já tô chegando, tô no ônibus! Tchau!

O cobrador, colocado em sua cadeira, boceja. Irá encarar mais um dia de trabalho árduo. Muitos divergem na agilidade. Por exemplo, uns deixam os estudantes que postam carteiras escolares passarem direto na catraca. Mas outros fazem os jovens passageiros esperarem uns segundos, já que seguram a sua carteira para anotar na tabela os números de cada um. Nesse último caso, dependendo do movimento da parada, acabam provocando grandes filas e iminentes atrasos. Nem é preciso comentar os assobios ou o “fecha”, senha para que a porta traseira seja fechada a fim de que a viagem prossiga.

No painel acima da direção do ônibus, há a clássica frase “Não fale com o motorista”. Porém, volta e meia alguns idosos, dispensados de pagar passagem, iniciam uma conversa com o condutor, que consegue dialogar sem se distrair na empreitada. O cobrador também costuma participar. Quando não são pessoas com mais de 65, os encarregados de desobedecer a clássica norma do transporte coletivo passam a ser funcionários da Carris, de expedientes encerrados. O teor do papo geralmente é animado, com as vozes sendo ouvidas até por quem está no fundão.

Num dos assentos, um jovem casal de namorados troca carícias, coincidentemente abaixo de mais uma poesia fixada na janela.

Beijo
Um segredo dito
À boca
No lugar do ouvido

O vão central para cadeirantes é quase sempre ocupado por passageiros sem lugar para sentar. Mas quando surge um passageiro portador de deficiência física, é de se exaltar as mobilizações de motorista e cobrador. Ambos abandonam seus postos, soltam uma rampa presa no piso, e ajudam a trazer o cadeirante para o interior do veículo. Em função da ação executada, o ônibus fica parado em torno de um minuto até continuar seu trajeto.

Sentada na cadeira de rodas, a passageira, que aparenta não possuir os movimentos tanto de membros inferiores quanto superiores, fixa seu olhar para a parte interna do ônibus a fim de explorá-lo. Permanentemente com a boca aberta, de semblante semelhante a um indivíduo vegetativo, a moça, que aparenta ter uns 20 anos, mostra ter curiosidade sobre tudo o que lhe cerca. Chega a lembrar um bebê em um lugar diferente de sua casa ou até um animal fora do habitat natural.

Ao seu lado, e segurando a sua mão, permanece de pé uma senhora de mais ou menos 50 anos, mas que aparenta mais provavelmente em função dos problemas com a doença da filha. É notório que prevalece na mãe um espírito guerreiro, com predominância do otimismo, graças à feição que chega até a descrever tranqüilidade. Guerreira mesmo, porque é difícil disfarçar a aflição no patamar irreversível em que sua filha se encontra. A viagem da cadeirante e de sua mãe dura poucos metros. O ônibus pára mais uma vez para que motorista e cobrador possam retirá-la do veículo.

Vai-se a luta, entra em cena a soberba. A mais ou menos um quilômetro do Shopping Iguatemi, ouve-se um grito da porta traseira.

- Ei, quero sair!

Poucos notam o protesto. Daí sua continuação.

- Ô motorista! Abre essa porta! Já passou da minha parada.

Por mais incrível que possa parecer, o princípio de fúria é pertencente a uma senhora, também aparentando mais de 50, porém bem mais produzida com relação à mãe da menina com paralisia cerebral. Bem vestida e com maquiagem exagerada, lembra aquelas grãs-finas da alta sociedade ou até mesmo mãe da vilã e, ao mesmo tempo, sogra da mocinha pobre de novela mexicana. Sua presença no ônibus é tão inusitada quanto um executivo de terno e gravata na praia.

O cobrador justifica à mulher revoltada o seguimento do trajeto por parte do motorista.

- Esse ônibus é de linha direta, não pára em todas as paradas. Agora só no Iguatemi...

“Pára” e “paradas” numa mesma frase pelo menos no Sul não soa tão feio. Afinal, alguém já notou a gauchada se referir a um “ponto de ônibus”? O mesmo serve para outras expressões como “goleira” e “sinaleira”. Voltando ao atrito entre a passageira e o motorista: as palavras do cobrador entraram por um ouvido e saíram pelo outro. E continuou gritando:

- Estou atrasada para meu compromisso. Vai abrir essa m... ou não?

Todos os demais presentes no ônibus presenciavam aquela irritação em excesso, bastante característica do estresse. Como partia de uma senhora indefesa (ao menos no biótipo), algumas risadas com as mãos levadas à boca já eram comuns no interior do veículo, que seguia em frente e cada vez mais distante do lugar onde ela pretendia descer.

Cansada de gritar e percebendo que o cobrador não lhe dava mais confiança após este explicar por duas ou três vezes o motivo pelo qual o ônibus não parava, a mulher passou a investir em pontapés na porta do veículo. A essa altura do jogo, já virara o centro das atenções. Dez entre dez olhos fitavam a senhora com porte de madame partindo para a ignorância dentro de suas limitações. Tanto que sequer notavam um dos poemas colados que involuntariamente ironizava a situação.

Cria, imagina, inventa
Usa a parte colorida
De sua massa cinzenta


A poucos metros do ponto no Shopping Iguatemi, a senhora, já ciente de que seu escândalo fora inútil, resmungou alto:

- Ainda bem que vou sair desse inferno e voltar para o meu Rio.

Um dos jovens passageiros que se divertia com a cena aproveitou para desmoralizá-la ainda mais, utilizando o conhecido orgulho de ser gaúcho:

- Aqui que é terra boa. Rio de Janeiro é uma m...

As gargalhadas já proliferavam no ônibus, e o cobrador se juntava à turma, com o sorriso até os dentes escancarado. A mulher, ao ver que até ele lhe debochava, resolveu tirar a vassoura da estante e ferver a água do caldeirão:

- Vai rindo vai! Você não sabe do que eu sou capaz! Um dia você vai se ver comigo!

Ecoou então em todo o ônibus o coral de um gemido de espanto. Lógico que em tom de ironia.

Até hoje o cobrador está curioso para saber como será a vingança da senhora estressada. Na realidade, ela deve se lembrar com bom humor o incidente sob o sol das areias de Copacabana. Para a gauchada, a verdadeira Cidade Maravilhosa está às margens do rio Guaíba.

O passageiro do T1, tanto de linha normal como direta, hoje se surpreende ao ver um telefone via cartão em pleno interior do veículo. Porém, surpreso com a novidade – pioneira no país -, ele ainda a fita espantado, sem saber como usá-la. Quem sabe esse aparelho telefônico não inspirará novas histórias dentre a monotonia das viagens de ônibus.

Mas... monotonia, mesmo?

Crônica escrita em 2007

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Sobre Galvão Bueno...

Quantas vezes, durante a transmissão de hoje, Galvão disse que "O CRUZEIRO É O BRASIL NA LIBERTADORES"? Haaaaaaaaaaaaaaaja... paciência!

E um Palpitão do Marcão extra, pra final da Recopa: LDU 1x2 Inter. E vamos levantar de vez a moral para ganharmos o Brasileirão!!!!

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Vuvuzelas - Retrato da Alegria de um Povo

O Brasil foi campeão da Copa das Confederações neste domingo. Mas o futebol ficou praticamente em segundo plano durante a competição. Felizmente por uma causa nobre!

É louvável presenciarmos a felicidade de um povo que até há duas décadas atrás era oprimido por um dos mais cruéis regimes impostos pela humanidade. O maldito apartheid, pela simples distinção de cor, causou infindos males e sofrimento que hoje são suprimidos não só pela emocionante festa e descontração de uma nação tomada por negros alegres e livres da segregação racial como também pela oportunidade de sediarem uma Copa do Mundo no próximo ano.

Tal felicidade foi sintetizada pelas vuvuzelas, as cornetinhas coloridas que tanto barulho aprontaram nas partidas da Copa das Confederações e que proporcionaram uma polêmica mundial. Teve gente que quis vetá-las oficialmente. Mas o pedido acabou inviabilizado pela intenção da Fifa em não interferir numa tradição nativa. Bom senso detected!

Ora, se na maioria dos países há violência nos estádios, abreviando assim o conforto das famílias que apenas têm a intenção de assistir a uma partida de futebol, então qual é a moral da tentativa de impedimento do mero ato de uma população - que tantos dissabores sofrera em virtude do tenebroso regime - de extravasar sua alegria e seu alívio?

Já conto os dias para 2010 chegar e poder ouvir as vuvuzelas novamente! Avante, África do Sul!!!! BAFANA, BAFANA!!!!

sábado, 27 de junho de 2009

Ainda sobre Michael: uma Aula de Jornalismo

Na última quinta-feira, quando o site especializado em celebridades TMZ publicou no fim da tarde (horário de Brasília) uma nota anunciando a morte do Rei do Pop, na hora veio a lembrança de algo ocorrido um mês antes, quando um hacker invadiu a home do site O Fuxico e comunicou o falecimento de Silvio Santos.

Presenciei a página no momento da invasão pirata e percebi no ato que era mentira, em função da matéria estar completamente mal escrita, sem a formatação adequada e, principalmente, por não conter qualquer tipo de informação, tampouco responder às sagradas questões "o quê?", "quem?", "quando?", "como?", "quando" e "por quê?".

Sem contar que a manchete estava redigida desta maneira: "SILVIO SANTOS MORRE". Ora, geralmente no Jornalismo não costuma se utilizar o sujeito abrindo a frase numa manchete tão objetiva. Nesse caso, é recomendável o verbo antes do sujeito.

Como reflexo da velocidade da Internet, o rumor do estado de saúde de Michael espalhou-se num piscar de olhos em todo o mundo. Porém, a notícia foi recebida de forma não-oficial pelos veículos, que corretamente anunciavam o ocorrido, mas com o complemento sempre importante de que a informação era oriunda de uma determinada fonte. Exemplo: "Michael Jackson está em coma, segundo site".

Como a apuração sempre é imprescindível e não havia no momento como realizá-la, tal complemento é sempre fundamental para se informar com responsabilidade algo não-oficial, notas que acenam para a possibilidade de boato ou "barriga" (jargão usado para notícia não-verdadeira), sob pena de perda de credibilidade. Afinal, com o advento da Internet, o número de informações falsas difundadas mundão afora é infinito...

Desliguei a Internet e fui acompanhar a cobertura dos canais de notícias Globo News, Record News e Band News, que mostraram passo a passo desde as primeiras informações sobre a internação do popstar (naquela oportunidade ainda muito vagas) até a confirmação de sua morte. Assim como as emissoras norte-americanas, seus jornalistas tratavam do assunto de maneira não-oficial. O objetivo maior era aguardar pelo comunicado oficial do hospital onde Michael fora internado, além de creditar os veículos responsáveis por novas informações.

Inclusive, alguns GCs de emissoras diziam que Michael Jackson estava internado em coma. As que informavam a morte do cantor revelavam como fonte o jornal Los Angeles Times, o segundo veículo a divulgar o falecimento de Michael. Na ocasião, as exibições de imagens de arquivo do cantor em ação por parte das emissoras ainda eram tímidas, em função do risco de todo aquele alvoroço - mesmo com tantas evidências - não passar de mais uma invenção da imprensa marrom. É como eu sempre digo: seguro morreu de velho!

Aos poucos, CNN, ABC, NBC, The New York Times, entre outras, começavam a confirmar o fim da trajetória cinquentenária de um dos maiores astros que o showbiz já presenciou. Mesmo assim, mais do que nunca aquele "pé atrás" era fundamental, pois vai que realmente se tratava de mais um dos tantos boatos que cercaram a vida do eterno Rei do Pop. Por isso, os GCs ainda creditavam o LA Times como responsável pela notícia ou ainda mantinham a dita "internação em coma", mesmo com praticamente todas as redações dando como certa sua morte.

Enfim, veio o anúncio oficial. Momento que pode ser sintetizado por William Bonner no Jornal Nacional da última quinta (a apresentação do JN estava em andamento na ocasião do pronunciamento): "CONFIRMADO: MICHAEL JACKSON ESTÁ MORTO!".

Já que os não-diplomados estão em evidência em virtude do maldito STF, taí uma legítima aula de Jornalismo proporcionada pelo triste acontecimento que até agora mantém o mundo estupefato (de minha parte, a ficha ainda vai demorar a cair). Uma aula que pôde ser perfeitamente presenciada por não-universitários, que se por acaso vierem a disputar um emprego com pessoas de formação superior, pelo menos têm que memorizar essas lições que a cobertura da morte de Michael ensinou.

Quando não der para checar se algo é ou não real, enquanto não surgir um pronunciamento oficial por parte da instituição envolvida, não saia por aí divulgando notícias como verdadeiras, baseadas apenas em informações de terceiros. E como tivemos terceiros - e até quartos e quintos - neste caso...

A homenagem do mestre Maurício de Sousa

O criador da Turma da Mônica divulgou em seu Orkut o roteiro na íntegra de uma grande homenagem a Michael Jackson.

O roteirista Paulo Back criou uma aventura de 10 páginas que enfoca a expectativa da turma do fantasminha Penadinho pela chegada do popstar. Inclusive é feita uma citação a uma antológica historinha publicada em 1997, onde o Rei do Pop filma um clipe no cemitério dançando com Penadinho e seus amigos, resultando numa sequência impagável.

Mas a turma do cemitério se frustra, já que a Dona Morte aparece no local sem o ilustre novato. Como Penadinho e seus companheiros habitam o purgatório, Dona Morte afirma que "ele (Michael Jackson) foi direto pra lá", se referindo ao céu, onde, no último quadrinho (reproduzido à esquerda), nosso Rei do Pop desponta em cima de uma nuvem, ensinando seus passos de dança à turma do Anjinho.

Simplesmente magistral! Mais emocionante, impossível! Pra quem quiser conferir a historinha completa (ainda sem cores e arte final), eis o link. Segundo Maurício, a homenagem será publicada na edição de setembro da revistinha da Mônica.

CRÉDITOS DA IMAGEM: Paulo Back - divulgada no Orkut de Maurício de Sousa.

A propósito de Michael Jackson...

O jornal carioca Meia Hora, destinado às classes C, D e E, caprichou no mau gosto no subtítulo da manchete de capa referente à morte de Michael Jackson:

"NASCEU NEGRO, FICOU BRANCO E VAI VIRAR CINZA"

Pior é que o autor do desaforo - provavelmente um jornalista diplomado - estará municiando aqueles que apoiaram a decisão do STF que determinou o fim da obrigatoriedade da formação superior no Jornalismo. Pior que existem defensores desta afronta contra nós da classe...

Resumindo: uma tremenda falta de respeito com o Rei do Pop, com seus milhões de seguidores e, acima de tudo, com um ser humano.

Se a intenção era fazer graça: eu não ri! E duvido que alguém o tenha feito...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Força, meus entes gabrielenses!

Pra quem pensava que o estardalhaço da mídia com relação à Gripe A H1N1 era pretexto para vender jornal e que o assunto já estava esquecido, ledo engano!

Aqui no Rio Grande do Sul, a ameaça é real. E o que é pior: está assustando nossos irmãos gabrielenses. Toda a família de meu pai é natural de São Gabriel e temos familiares queridos residindo na pacata cidade a 400km de Porto Alegre e com 60 mil habitantes. Tanto que os visitamos anualmente.

Conversando por telefone com minhas tias de São Gabriel, recebi a confirmação de que a cidade realmente está em estado de choque, completamente parada, sem aulas (dois priminhos meus ganharam uma folga forçada), eventos e até missas, com a população inteira recorrendo às máscaras (antes corriqueiras apenas no México, foco da gripe). Estas estariam sendo distribuídas gratuitamente na maior indústria de São Gabriel, o Arroz Urbano. Uma das pessoas suspeitas de estarem infectadas é a filha do prefeito Rossano Gonçalves.

A coincidência não para por aí. Aqui em Porto Alegre, o Colégio Farroupilha suspendeu suas atividades até a próxima semana, pois um aluno contraiu a gripe suína após retornar de um intercâmbio na Alemanha. E nessa mesma escola estudam outras duas priminhas minhas, que também ganharam uma inesperada semana de folga em virtude da precaução. Inclusive, uma delas chegou a ser colega de classe do menino infectado.

Toda a luz para os infectados da gripe A, fé em Deus que tudo dará certo! E que seja apenas uma carregada nuvem passageira assolando São Gabriel. Esperamos que este suplício se encerre o quanto antes, pois quero visitar nossos irmãos gabrielenses ainda este ano.

FOTO: Fernando Gomes (Zero Hora).

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Alguém se lembra do "De Vaca"?

Ricardo Gomes estava sumido por um tempo da mídia esportiva brasileira até o sábado passado, quando o São Paulo o confirmou como o substituto de Muricy Ramalho.

Seu currículo como técnico ainda é modesto, embora tenha treinado a Seleção Sub-23 no Pré-Olímpico classificatório para os Jogos de Atenas em 2004.

A propósito, o fato do Brasil ter ficado de fora daquela Olímpiada reforça ainda mais sua qualificação modesta como treinador. Os dissabores de nossa seleção não costumam ser muito lembrados pela imprensa e por torcedores, constando que aquele time possuía jogadores que fazem parte do atual elenco de Dunga como Gomes, Maicon, Elano, Robinho e Nilmar (este último, pasmem, disputava posição na época com o "cone" Marcel, de duas passagens fracassadas pelo Grêmio).

Porém, eu nunca me esqueci que o Brasil perdeu a vaga no torneio de futebol dos Jogos Olímpicos de Atenas após ser derrotado pelo Paraguai... com um gol de cabeça do zagueiro José De Vaca.

Como mantenho esta memória tão fresquinha com um acontecimento triste do nosso futebol ocorrido há cinco anos atrás? Simples: durante o saudoso "Esporte Total" comandado pelo polêmico Jorge Kajuru na TV Bandeirantes (foi disparada a melhor fase da história do programa), o GC (Gerenciador de Caracteres) não perdeu o "timing" do trocadilho e largou essa:

"DE VACA" MANDA O BRASIL PRO BREJO

Inesquecível! E não querendo desanimar o torcedor são-paulino, mas este é o atual legado de Ricardo Gomes como técnico. Felizmente, o ex-zagueiro do Fluminense e da Seleção Brasileira contará com toda a estrutura para calar os críticos que ousarem tocar no assunto "eliminação em Atenas". Mas terá muito trabalho pela frente em virtude da péssima fase que assola os arredores do Morumbi.

Ainda sobre Silvio Santos...

No último domingo (21/6), passava no SBT a reprise de um "Roda a Roda Jequiti" de outubro do ano passado na hora do almoço. Os programas comandados pelo Titio da Caixinha não costumam ter tantas inovações, sendo sempre previsíveis. A não ser por um detalhe visto na edição de ontem do antigo "Roletrando".

De forma comovente, observamos um participante analfabeto sofrendo com o simplório joguinho de forca que marca o programa. Mesmo apanhando das letras, sempre se mantinha sorridente, de maneira ao alto astral e à descontração prevalecerem no seu espírito.

Durante uma das rodadas, o participante, entre um sorriso e outro, arriscou a letra "RÊ". A plateia ficou perplexa. Enquanto se ouviam gargalhadas por parte de suas colegas de auditório, Silvio Santos, rapidamente, se deu conta que o homem se referia à letra "R".

Faltando apenas duas letras para formar a palavra, dava pra perceber que se tratava do vocábulo "contador". Porém, diante das dificuldades quanto à leitura, o participante arriscou, completamente sem jeito, "operário". Acabou perdendo, é claro! Mas sem tirar o sorriso do rosto.

Ele ganhou R$ 1.300 no programa. Mas seu espírito esportivo e seu sorriso contagiante valeram mais do que qualquer dinheiro. Nada como a felicidade e o bom humor para suplantar quaisquer limitações!

Como ficará "O Aprendiz" agora?

O telespectador do melhor reality-show da TV brasileira e único programa de qualidade da TV Record se acostumou com a cena ao lado: o famoso "você tá demitido(a)" de Roberto Justus.

Pois na semana passada a bomba foi confirmada: o "apresentador das demissões" fechou contrato com o SBT.

É evidente que foi uma retaliação do "Cenoura" Abravanel (também conhecido como Peru que Fala ou Titio da Caixinha... além de ser chamado de vez em quando de Silvio Santos) à investida da emissora do bispo a Gugu Liberato, que recebeu a polpuda proposta de R$ 3 milhões mensais para trabalhar na TV que ainda almeja a utopia de tomar a liderança global.

Além de Justus, o SBT também tirou Eliana da Record. A apresentadora, que iniciou a carreira na própria emissora do Titio da Caixinha (obrigado!), volta ao SBT depois de 11 anos. É difícil alguém com mais de 20 anos não se recordar de Eliana cantando "Os Dedinhos" no matinal "Bom Dia & Cia.", até hoje no ar.

Mas voltando a falar de Roberto Justus, quem acompanha o programa "O Aprendiz" incessantemente (como eu) deve estar com a pulga atrás da orelha com relação ao futuro do reality-show. Como os direitos pertencem à Record, certamente um novo apresentador será procurado. A questão já está lançada: como será "O Aprendiz" conduzido por uma outra pessoa que não seja Roberto Justus? Já que, nessas seis edições do reality-show, ficamos tão acostumados com seus ensinamentos e inteligência atrelados a seu nariz empinado e uma hilária arrogância transparente em muitas ocasiões.

Difícil imaginar outra pessoa bradando a frase "Você tá demitido!". Mas espero que não deixem esta incumbência a partir de "O Aprendiz 7" com um dos mutantes da Record ou os pastores que chutam a imagem da Santa em rede nacional ou até mesmo com o eterno fazendeiro Théo Becker...

Ainda sobre a não-obrigatoriedade do diploma pra jornalista...

Há um consolo que pode compensar por completo esta afronta a nosso ofício proporcionado pelo STF na semana passada.

Nas empresas de hoje em dia, vamos supor que apareçam dois candidatos a uma vaga para trabalhar em um jornal. Um é diplomado e outro não.

Quem vocês acham que ganhará o emprego?

Na prática, felizmente, o bom senso continuará prevalecendo. Mesmo se o STF e seus pensamentos jurássicos (tal qual a Igreja Católica) atingirem também as demais áreas com relação à exigência do diploma.

EUA x Egito - Alguém assistiu?

Brasil e Itália disputavam, pela Copa das Confederações, um dos maiores clássicos do futebol mundial exatamente 39 anos depois da histórica decisão da Copa de 1970. Evidente que uma partida desta centraliza todas as atenções do torcedor!

Por isso, chamo a atenção para a transmissão da partida entre Estados Unidos e Egito, válida pelo mesmo grupo do Brasil e realizada no mesmo horário do clássico. Pergunta: qual viva alma trocaria um Brasil x Itália, que reúne nove títulos mundiais, por um obscuro e desinteressante Estados Unidos x Egito?

Que o digam o narrador Eduardo Moreno, o comentarista Felipe Awí e o convidado especial Heron Ricardo Ferreira (ex-técnico do Juventude nos anos 90 e que trabalhou no futebol egípcio), encarregados da (sacrificante) transmissão de EGI x EUA pelo SPORTV.

Djalma Beltrami = Confusão

Quem assistiu aos instantes finais de Santos x Atlético-MG, que fechou a 7ª rodada do Brasileirão, ficou estupefato com o que viu... porém, bastou puxar um pouco pela memória para a sensação de surpresa reduzir-se gradativamente.

Djalma Beltrami, após prometer quatro minutos de acréscimo na partida disputada na Vila Belmiro, encerrou o jogo aos 47 do segundo tempo, deixando de dar os dois minutos restantes. O placar era de 3 a 2 para o Galo. Alertado pelos jogadores santistas e pelo técnico Vágner Mancini (que invadira o campo), Djalma se deu conta do erro e resolveu recomeçar a partida. Para isso, foi necessário afastar alguns jornalistas e fotógrafos que já haviam invadido o gramado... e chamar de volta alguns jogadores do Atlético, que já se encontravam no vestiário.

Após o reinício do jogo, falta a favor do Santos pelo lado direito. 50 minutos da segunda etapa. A bola é alçada na grande área. Molina se projeta entre a zaga atleticana e confere de cabeça, empatando a partida. Mas eis que Djalma Beltrami novamente centraliza as atenções e anula o gol, alegando "falta de ataque". Acontece que não deu pra ver absolutamente nada de irregularidade no lance, nem impedimento, nem toque de mão e tampouco falta. Resultado: foi mantido o placar de 3 a 2 para o Atlético.

Djalma Beltrami possui um invejável currículo de trapalhadas na arbitragem:

- Pelas oitavas-de-final da Copa do Brasil 2005, Paulista e Internacional decidem a vaga para a próxima fase nos pênaltis. Perdigão é o último jogador colorado a cobrar. Após o chute, a bola bate no travessão, quica dentro do gol e volta para a pequena área. O replay do lance confirma nitidamente o gol. Porém, nem Beltrami e tampouco o auxiliar percebem que a bola entrou, consideram o lance como pênalti perdido e decretam a classificação do Paulista para as quartas-de-final da competição, da qual o time de Jundiaí se tornaria campeã. Detalhe: o técnico do Paulista também era Vágner Mancini.

- Beltrami foi o árbitro da célebre "Batalha dos Aflitos", como ficou conhecida a dramática decisão entre Náutico x Grêmio na Série B em 2005. O juiz marca um pênalti duvidoso a favor do Náutico, alegando que a bola batera no braço do volante gremista Nunes (o braço estava colado ao corpo, não caracterizando a penalidade). Os jogadores do time gaúcho protestam por longos 20 minutos, mas Beltrame permanece irredutível e ainda expulsa quatro jogadores do Grêmio. O pênalti é enfim autorizado, e o lateral Ademar desperdiça, com Galatto praticando a defesa. No lance seguinte, o Grêmio, com apenas seis jogadores na linha, marca o gol da vitória através de Anderson, hoje no Manchester United, e o tricolor gaúcho retorna à elite do futebol brasileiro.

- Última rodada do Brasileirão 2007. O Goiás joga sua permanência na Série A contra o Internacional. A partida está 1 a 1. No início do segundo tempo, Beltrami marca um pênalti para a equipe goiana. Paulo Baier cobra duas vezes e o goleiro colorado Clemer pratica a defesa em ambas. Porém, o polêmico árbitro manda voltar as duas cobranças, alegando que Clemer se adiantara. O meia Elson assume a responsabilidade e, no terceiro pênalti, marca o gol que garante a permanência do Goiás na Primeira Divisão (e decreta o rebaixamento do Corinthians, que ficara no empate de 1 a 1 com o Grêmio).

Armando Marques, José de Assis Aragão e Wilson Souza de Mendonça, pelo jeito, continuam fazendo escola...

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Sinto-me lesado!

Na última quarta-feira (17/6), nós, jornalistas formados, sofremos nosso maior baque: o Supremo Tribunal Federal (STF) acabou com a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão por 8 votos a 1. Uma goleada que lembra os últimos placares aplicados pelo Internacional em decisões do certame gaúcho.

Enquanto escrevo este artigo, sinto-me como se tivessem me passado pra trás, tapeado sem dó nem piedade, apunhalado covardemente por oito ministros que nos tacharam de ridículos. Quer dizer então que os quatro anos em que cursei Jornalismo não serviram pra nada? O que dirão então os universitários em plena atividade? "Estou aqui à toa!"? Muito provavelmente... Isso sem contar a "motivação" que os vestibulandos terão a partir de agora ao optar pelo curso.

A formação superior é imprescindível para os jornalistas da atualidade. É na faculdade que o futuro profissional descobre seus potenciais, sua verdadeira identidade. Tudo bem: a prática não é tão explorada como o esperado, ficando sempre aquela sensação de que falta algo mais. Mas com as atividades, você, aos poucos, vai desvendando os macetes, adquire mais experiência, sentindo-se assim mais à vontade para realizar uma entrevista, exercitar a fala ou desenvolver e produzir uma reportagem. Atividades certamente desconhecidas por parte de um não-diplomado.

Quando escolhi o Jornalismo, meus pais foram contrários à minha opção por já conhecerem as mazelas da profissão, como o baixo salário, a forte concorrência no mercado e a elevada jornada de trabalho. Mas como sempre amei escrever e sou um adepto voraz à literatura, resolvi encarar.

Lamentavelmente, ficou uma incômoda sensação por parte de meus pais e de conhecidos, que volta e meia me fitam com aquele semblante de "eu te avisei!". Ainda mais agora, que o diploma virou mera peça decorativa. Encontro-me desempregado atualmente, e não é só comigo. Muitos ex-colegas de PUCRS também estão até hoje a ver navios, após quase dois anos de formatura (a minha ocorreu no primeiro semestre de 2007).

Hoje em dia, quando ouço alguém revelar que pensa em optar pelo Jornalismo, na hora meu balde de água fria entra em ação. Por mais que o curso seja importante pelos motivos já descritos acima, a emoção por minha parte é preterida pela voz da razão: não recomendo de jeito nenhum! A falta de mercado já é uma justificativa plausível.

E agora com o fim da obrigatoriedade do diploma, sigo tocando a vida... com meu polido nariz de palhaço! Se ainda tivesse o velho programa do Bozo, ia mandar meu currículo pra lá.

Rivalidade Grenal: há uma década atrás...

Na postagem de estreia deste novo espaço comunicativo, "O Marco dos Blogs", chamo a atenção para a tradicional gangorra que envolve a dupla Grenal, determinante sobre as fases com que cada equipe se encontra, cujo dono do lado mais elevado no metafórico brinquedo pode mudar de uma partida para outra. Mas a gangorra, nesse caso, não se refere a resultados de jogos e sim ao número de torcedores.

Assistindo à edição regionalizada do "Globo Esporte" aqui em Porto Alegre, exibida no intervalo de Brasil 3x0 Estados Unidos pela Copa das Confederações, me deparei com uma matéria realizada em uma escola da capital gaúcha, onde foram repercutidos entre a criançada os resultados das partidas que envolveram Inter e Grêmio nesta última quarta-feira.

A professora então pergunta a seus alunos: "quem é colorado?" e "quem é gremista?". Resultado: o número de braços levantados pra cada lado é exatamente igual. Ou seja, a classe está perfeitamente dividida entre tricolores e vermelhos.

Naquele momento, me lembrei de meus tempos de estudante, há pouco mais de 10 anos atrás. Minha turma possuía em torno de 30 a 40 alunos. POIS NÃO É QUE EU ERA O ÚNICO COLORADO DA CLASSE????

Até hoje aquele ano de 1997 está marcado em minha memória. Época em que o Internacional voltava a conseguir bons resultados, após dois anos consagradores do seu maior rival. Tanto no título gaúcho ganho contra o Grêmio quanto na goleada de 5 a 2 em pleno Olímpico, saboreei os triunfos solitariamente, tal como um estranho no ninho, em contrapartida ao exército de gremistas de cabeça quente que, calados, me aturavam.

Então, uma década se passou... O Inter ganhou a América... o Mundo... sagrou-se Campeão de Tudo! E trouxe consigo boa parte da geração seguinte que surgiria na primeira década da dita Era de Aquárius. Daí o total equilíbrio na gangorra Grenal entre os torcedores, como visto na reportagem veiculada na manhã desta quinta-feira.

Hoje, eu teria mais gente com quem festejar as vitórias coloradas!